terça-feira, 13 de agosto de 2013

"Dar-me sem esperar outra recompensa"



Não é regra, mas pensei várias vezes, para mim mesma, que este não seria o espaço para acontecimentos ou sentimentos tristes. Por isso, vou acreditar que este também não o é ou que, pelo menos, terá um desfecho feliz - assim o espero e Deus queira!

Em Moledo, a 5 metros da nossa casa, acabei de assistir ao socorro de um ciclista que caiu, sem capacete, e ficou inanimado no chão. O INEM não demorou mais de 7, 8 minutos a chegar. As pessoas que estavam perto, começando pelo meu cunhado que viu tudo e ligou para o 112 imediatamente, foram de uma dedicação desinteressada incrível. E é aqui que surge o motivo deste post, que é mais um desabafo - eu queria muito ter feito alguma coisa.

O homem, que no início nao se mexia e pensava-se que não respirava, teve a sorte de ter por perto um motociclista socorrista que parou, ao lado dele, mal ele caiu. Teve ainda a sorte de ter uma profissional da saúde (médica, enfermeira ou socorrista, não sei) que o acompanhou desde a queda, até ele ser levado pelo INEM. Será que foi sorte? Eu quero acreditar que sim e que estes dois senhores, mais o INEM e depois o apoio hospitalar, esteja ele a ser dado onde for, que o vai salvar e deixá-lo sem sequelas maiores. Acredito tanto nestas profissões! São as que mais admiro! Os médicos, enfermeiros e socorristas têm falhas, sim senhor. Ou não fossem humanos!... Mas quem decide por este estilo de vida (a meu ver é bem mais do que uma profissão) é por amor ao próximo. Só pode!

Agora a continuação do desabafo: eu tenho esse amor ao próximo e gostava muito de ter as capacidades médicas para ajudar quem precisasse. Hoje gostava de ter assistido este homem, ciclista, sem as proteções necessárias, filho de alguém, provavelmente pai de alguém e irmão de alguém. Boa ou má pessoa, merece ser socorrida - assim dita o código deontológico dos profissionais de saúde. Estive durante meia hora a sentir-me impotente. De mãos atadas a ver todos a ajudarem-no. E a maior ajuda que pude dar foi não me meter.

Não é desde sempre que tenho esta vontade por poder ajudar as pessoas na área da saúde. Mas foi desde cedo que me apercebi que a área do design não era o que eu amava. Chegada a esta conclusão, automaticamente fiz uma restrospectiva dos passos que dei, da forma como os dei e porque os dei. Não interessam as minhas conclusões a ninguém, nem ao menino Jesus. O resumo é: neste momento sentir-me-ia, sem dúvida, muito mais realizada se tivesse seguido a área da saúde, ou uma outra na qual me sentisse uma pessoa mais útil para a sociedade onde vivo e apta a ajudar, seja quem for, a qualquer altura, em qualquer momento, em hora de expediente ou não.

Não. Já não vou a tempo. Não tenho tempo nem dinheiro para tirar um novo curso. Pode ser que me saia o euromilhões e, em vez de passar o resto da minha vida ainda mais futilmente do que até agora (na área profissional obviamente!), em vez de andar a gastar de forma a fazer inveja aos vizinhos, talvez me pusesse a realizar os meus sonhos de simples mortal. E este, o de ser uma profissional da saúde, era um deles.

Desde que estou desempregada, aquilo que mais me cativou, além da Alice e de tudo o que tem a ver com ela, foi o workshop de suporte básico de vida. Quem sabe com mais tempo, quando a Alice entrar para o infantário, não me ponho a a fazer uns cursos de socorrismo e afins. Se souberem onde os há de graça, agradeço que me informem! ;) A julgar pelo panorama actual vou ter imeeeenso tempo e durante bastante tempo! Como diz o outro: "Adiante!..."

Sempre fui de fazer tudo, fossem coisas mais interessantes ou menos interessantes, com muita vontade, entusiasmo e dedicação. Vou continuar a fazê-lo em tudo aquilo a que me propuser. E cada vez mais! Porque hoje em dia, ter um emprego é uma dádiva a que devemos agradecer todos os dias.

Por isso, se não for na área da saúde, será noutra em que, acredito, encontrarei também motivação e me entregarei por completo (8h por dia, 5 dias por semana ou algo de género, please! É que as restantes horas são para mim e para a minha querida família, bale?...). Mas este desabafo, esta dedicatória a este amor tinham que ser feitos. Pelo menos apeteceu-me!

15 comentários:

  1. A minha mãe fez um agora no mês passado, mas eu penso que seja um workshop mesmo rápido, porque ela não teve muitas aulas apesar de que lhe deram aquelas bombas da "respiração boca a boca" etc. Também não te sei dizer se foi de graça, apenas sei que foi a uma entrevista para isso! Espero não estar a dizer asneira... LOL
    de qualquer forma eu acho que se procurares nos bombeiros e nos hospitais que eles têm desses cursos/workshops e muito provavelmente de graça já que é uma questão de salvar a vida de alguém e de os ajudar no trabalho (pelo menos, eu faria de graça!!)
    alguns também vão às escolas, eu aprendi um pouco de primeiros socorros porque foram lá uns bombeiros :)
    De qualquer forma posso te ajudar em algumas coisas do que aprendi lá caso não encontres entretanto nenhum curso for free e te aconteça outra destas (HOPE NOT!!)

    eles falam em 3 etapas se nao me engano, que é ver se obtens resposta da pessoa, dando umas tapadinhas nos ombros, depois é saber se ela respira, com cuidado claro para não causar nenhuns danos (obvio que se tiver a sair sangue por algum lado tens de tapar e nesses casos convem chamar logo o 112 e eles tambem falam em pedir socorro para os vizinhos, pode sempre ter um medico ou alguem que saiba fazer primeiros socorros!), na terceira etapa é que chamas o 112, e lhes das as informações do que fizeste nas etapas anteriores e dos resultados, muito provavelmente depois vao te dizer para começares com aquelas coisas do nao te sei dizer como se chama, XD, mas ok quando metes as maos uma em cima da outra com os dedos intercalados e fazes pressao no peito, que requer saber onde posicionar e etc mas se fores tu quem tem de fazer isso eles tambem explicam. e se necessario a respiraçao boca a boca inclinando a cabeça para traz com um dedo no queixo e a mao na cabeça!

    é só isto que eu sei, e tenho a certeza que metade do que te disse esta um pouco "mal informado" porque já ouivi há bastante tempo atras! de qualquer forma, é sempre uma ajuda já que o quer te estou a dizer foi dito pelos bombeiros e mesmo assim o que disse nao ira prejudicar a saude da pessoa, muito pelço contrario, pode salvar vidas nem que seja para saberes a reacçao da pessoa nos primeiros momentos e comunicares ao 112!

    Se tiver mais dicas/informaçoes tambem te digo mais tarde :) sao pequenas coisas que podem salvar vidas, nao tens necessariamente de ser médica e derivados! ;) DONT GIVE UP


    Espero que o senhor fique bem! E que volte para a sua familia o mais rapido e saudavel possivel :)

    beijinhos e obrigada por estes desabafos! sao sempre bem-vindos!

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    1. Uma querida, como sempre, Mia! A teoria também já a sei. No workshop que fiz ensinaram-ma toda. O importante é mesmo praticar e estar apto para assistir realmente uma pessoa. Para isso só memso parendendo em cursos, em que tens que praticar e tena laguém que te corrige e volta a ensinar caso não o faças bem.
      Obrigada pelas dicas ;)
      beijinhos grandes!

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  2. Bom dia maninha! :)
    Acho que nunca é tarde! Penso que já te disse uma vez que te via mesmo nesta área e se é aqui que achas que te sentes feliz e dás o melhor de ti, força! Quem sabe começar pelo voluntariado em algum hospital e aí há sempre cursos dos quais vais tendo conhecimento, porque estás lá e vais conhecendo pessoas que de certeza te vão apontar caminhos!

    Imagino que tenha sido uma aflição ver esta situação e não poder fazer nada... já enviei este post ao Nuno, porque estou sempre a chateá-lo em relação ao capacete!

    Beijinho e continuação de boas férias! ;)

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  3. Tens razão, tenho que começar por algum lado! Já soube, pela Raquel, de um curso de suporte básico de vida de 50h, que sou bem capaz de fazer. Depois é ir vendo, falando e informando-o, claro, tens toda a razão.

    Sim, chateia-o! Ontem lembrei-me de todas as voltinhas de bicicleta que sempre demos em pequeninos, sem noção nenhuma do perigo!...

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  4. Experimenta ver na cruz vermelha. Beijinhos

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    1. Obrigada pela sugestão (e já agora, pela visita ao meu blog!). Mas tenho quase a certeza que os da Cruz Vermelha se pagam e é obrigatório renovar-se de 2 em 2 anos, senão perde-se a credencial de socorrista. Mas, sim, é de perder algum tempo a pesquisar isso! ;) beijinhos!

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    3. Na Cruz Vermelha tem e é pago, a renovação é de 3 ou 5 anos dependendo do curso, mas é um dos poucos que são creditados pelo INEM. Por acaso essa semana liguei para para saber dos cursos, na Fernando Pessoa também tem, é pago e mais caro do que na Cruz vermelha. Os que não são pagos não são creditados pelo INEM. Ou seja, não te dão carteira de socorrista, porque a carteira é dada pelo INEM, só te dão um certificado de formação. Por isso vale a pena investir num pago e que não é tão caro assim... O curso de Suporte Básico de Vida(SBV) Não te dá credencial de socorrista é só actua numa situação de paragem cardio respiratória,só o Curso Europeu de Primeiros Socorros CEPS) é válido por 3 anos e tem uma duração de 12 horas, convém primeiro fazer o CEPS para depois fazer o SBV, te dá uma abordagem mais ampla.

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    4. É isso mesmo, cunhadona! Vou informar-me de preços a ver se me é possível, mas alguma coisa tenho de fazer! ;)

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  5. Nunca é tarde para começar de novo *_* é bem mais fácil dizer do que fazer, acredita que sei bem o que isso é!!! O que é não estar realizada profissionalmente e gostar de poder mudar e não ter a força suficiente!!! Mas um dia quem sabe a oportunidade bate à porta e de um pequeno passo começa tudo!!!
    Um beijo muito grande e força para enfrentar o calor e os dias em casa a cuidar e a crescer com uma criança, ás vezes é o méximo, mas há dias que só queremos fugir!!!
    Um beijo de coração, mesmo

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    1. Eu sei que nunca é tarde, mas... Para tirar um curso de 4 a 7 anos são preciso recursos que, agora, já não tenho!... Mas nem tudo está perdido e ser socorrista ou voluntária nesta área pode dar-me aquela pica que preciso para me motivar e realizar! Obrigada pelas palavras, Hermínia! És uma querida!
      Um beijão grande!

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  6. Demorei um pouco a comentar este post, porque queria fazê-lo de maneira adequada, num computador e não no telemóvel ou algo do género. Eu, e correndo o risco de repetir outros comentários, sou da opinião de que devemos fazer o que gostamos. Também não sou ingénua ao ponto de pensar que sempre é assim. Não é sempre assim. Eu conheço-te há pouco tempo e mal, mas pareces-me uma pessoa determinada, assertiva, focada e estou certa que não deixarás a tua vida a pairar sobre o que "te aparecer". Estou certíssima de que lutarás por uma atividade que te realize e te satisfaça e te faça sentir uma melhor pessoa e mais útil para a sociedade, como tu própria disseste. Não posso, no entanto, deixar de te dizer que não estou de acordo contigo quando dizes que profissionalmente tua vida tem sido fútil. Achas mesmo isso? Achas que os clientes finais do teu trabalho não o apreciam? Achas mesmo que não ajudaste alguém? Tenho a certeza de que muitas pessoas beneficiaram até hoje do fruto da tua atividade profissional, seja de que forma for. E, desculpa, mas só te podes sentir útil por isso. Se calhar não da forma que pretendias, mas útil na mesma. Eu gosto muito do que vi em ti até agora, mereces ser feliz, luta pelo que amas!

    Um grande beijinho

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    1. Pois, e eu demorei muito na resposta porque me deixaste sem palavras... mesmo!
      E tens razão, não me vou contentar com "o que aparecer". Isso poderá ser para o desenrasque, mas não vou desistir de me sentir realizada profissionalmente. Tenho a noção que nesta área, a da saúde, será mais um sonho do que outra coisa, mas poderei encontrar-me numa outra coisa que até agora não tenha pensado. Acredito que tudo acontece com um motivo. O facto de hoje estar para aqui a reflectir e me sentir às aranhas vai servir, com certeza, para me dar uma lição e me por a mexer na direção certa! Quanto mais não seja já deu para ouvir opiniões de várias pessoas que me fizeram pensar ainda mais e sonhar mais longe - tu foste uma delas.
      Se calhar não me expressei bem quando disse que a minha profissão de designer não tem sido muito útil. Cumpriu o seu objectivo em vários casos, acredito! (Pelo menos tu gostaste do convite do Enzo! hihihihih!) Mas, num pensamento um bocadinho mais utópico: vivia-se bem sem o design gráfico ou a publicidade... já sem os médicos ou enfermeiros, era o caos! Era mais nessa onda, e disse-o mais como pessoa não realizada, obviamente. É que ainda por cima conheço e lido diariamente com pessoas da minha área que, para além de excecionais no que fazem, me ensinaram muito - duas das quais são minha família! - e que fazem um trabalhão incrível e mais do que útil!
      Obrigada pelas palavras, pela amizade, pela ajuda e pela força!

      Um beijo enorme, Tânia!

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